VERSÃO EM PORTUGUÊS / ENGLISH VERSION BELOW
SÉRIE PARALELISMOS
O Ensaio Paralelismos foi inspirado na teoria do Universo Paralelo.
Uma teoria que acredita na existência de inúmeros multiversos. Universos onde ilimitadas cópias de nós mesmos e do mundo, vivem todas as possibilidades de escolhas que temos na vida.
O mar, elemento principal das fotografias, representa a existência em si, devida a sua característica fluida e constante transformação.
Através de 5 fotografias muito similares, que foram duplicadas, a artista imagina as infinitas possibilidades de escolha de um mesmo momento dentro de cada multiverso.
Mariana Fogaça convida o observador a testemunhar a (trans)formação destes momentos através de intervenções digitais, como a inserção de pixels, formas geométricas e fragmentos de cada fotografia.
Com o intuito de enriquecer o conceito desta série de fotografias a fotógrafa invitou Cristiano Fogaça a escrever uma poesia também inspirada na teoria do Multiverso.
Entusiasmado pela multiplicidade do tema, Cristiano escreveu 2 poesias: Paralelismos, que inspirou o nome deste ensaio, e E se?. Ambas escritas em inglês e português.
Mariana, também movida pelo conceito de pluralidade opta por inserir trechos de ambas as poesias em suas fotografias. Fragmentos escritos a mão pelo próprio poeta.
A união destas duas formas de arte e destes dois olhares criativos, levaram este ensaio a um resultado conceitual ainda mais profundo e inspirador.
POESIA PARALELISMOS (POR CRISTIANO FOGAÇA)
Saudoso dos caminhos paralelos
Fome de vida, fom’minha
Sal doce cai do céu amarelo
Como um meteorito que tudo adivinha
Átomos vivem vidas infinitas, sem elo
A quântica tenta explicar o que se avizinha
Com que mel de lógica esses fragmentos eu selo?
Teus acertos, quando nasceste, já os tinham
Impressos nas telas espelhadas dos multiversos
(E se for um útero o universo?)
Na velocidade de uma lebre branca e preta, tentamos fugir do nosso destino
Saltando de frame em frame
Nessa febre alta e lenta, o delírio é minha lucidez
Há quem assim ainda teime
Em ser, após longas décadas, o mesmo menino, que ainda não foi.
Meu passado ainda está pra nascer, nessa vida grávida de nós
Que se desatem os nós que nos amarram e se mantenham os que nos penduram em órbita.
POESIA E SE?
E se eu tivesse sido
Assíduo, disciplinado. Perfeito
Se tivesse ido?
Inteiro, focado, com jeito.
E se eu tivesse insistido, devoto, persistente?
E se eu tivesse sonhado alto?
Com ambição, tino e aberto o peito.
Como teria sido?
Se eu tivesse olhos incandescentes e mais fúria de vencer?
O que teria ocorrido?
Teria entrado em conflitos? Morto em combate, eu teria sido?
Estaria feliz só por ter sobrevivido?
Às vezes, prefiro ser chuva e cair languidamente na verde fresta
As palavras-bala ferem agudo e…
E se eu tivesse bebido
daquela fonte e não desta?
De luz e amor, me nutrido
Me embriagado livre na festa
da vida
Estaria vivo ou teria me perdido?
Sempre em busca desse equilíbrio bendito
que só se encontra quando se move vívido.
Fotografia Digital.
Fotografia + Poesia.
Impressão em papel 100% algodão.
Clique nas fotografias para ampliar.